segunda-feira, fevereiro 27, 2006

As Vinhas da Ira: Um Verdadeiro Clássico!

O que é um clássico? Apesar de não gostar muito de definir coisas, não posso deixar de começar esse post com essa pergunta. Depois de assistir a Vinhas da Ira de John Ford, é impossível não pensar no que seja um clássico. Pois é, este filme é um exemplo didático do que seja um clássico. Feito em 1939-40, quase 70 anos atrás, desprovidos dos recursos cinematográficos do presente, o filme marca, instiga e não deixa ninguém indiferente ao assisti-lo... ainda hoje!!!!!! Sentir assim ao ver cada cena em preto-e-branco, ao ser testemunha de interpretações marcantes e ao comprovar que John Ford é um gênio. Cada tomada é um quadro, uma quadro triste retratanto seres humanos, mas é um quadro real, uma obra-prima da sétima arte.
O filme é baseado no livro de John Steinbeck. Particularmente, sou profundo admirador deste notável escritor, mesmo que só tenha lido um livro (Ratos e Homens). Isto já foi o bastante para perceber que Steinbeck também é um gênio, do mesmo jeito que Ford. Ele sabia retratar os conflitos dos seres humanos. Conflitos, à principio, locais mas que, após um exame mais detalhado, representavam temas muito mais abrangentes, universais.
Vinhas da Ira é assim, conta a história da família Joad que é obrigada, por companhias latifundiárias, a sair de sua terra natal e de sua propriedade para tentar uma viver melhor na Califórnia, onde emprego não falta. Durante a viagem e no destino final, a família irá descobrir até que ponto o ser humano pode chegar para se manter vivo.
As Vinhas da Ira me fez lembrar de Vidas Secas, livro escrito por Graciliano Ramos, sobre a seca no nordeste. Assim como no livro nacional, uma família é obrigada a viver como retirantes e, em várias ocasiões, são tratados como animais, privados de humanidade e sendo maltratados por outras pessoas, numa jornada sem fim de degradação e humilhação.
O livro de Steinbeck e o filme de Ford, infelizmente (como Vidas Secas), são tão atuais. Retratam uma realidade triste e presente. Servem como alerta. Não se pode ficar indiferente perante a história. Depois de ver Vinhas da Ira, você vai querer se modificar e repensar sua verdadeira função como ser humano no mundo. Se o filme (ou o livro) despertar isso, então, ele será também um clássico para você!

domingo, fevereiro 19, 2006

U2 x Rolling Stones: Quem é Melhor?

Aproveitando a passagem de duas das maiores bandas de rock do planeta pelo Brasil, resolvi fazer uma comparação do tipo MTV’s Celebrity Deathmatch (mas sem a briga de fato no ringue, apenas opiniões subjetivas e pessoais, muito pessoais) para ver qual a banda saía vitoriosa no confronto.
História
U2 tem uma carreira longa, bonita e cheia de sucessos. Mas não posso ignorar a longevidade impressionante dos Stones, os caras são pré-históricos. Apesar das drogas, das mudanças enfrentadas pelo mundo em quase 40 anos e do surgimento de outras boas bandas, os Stones se mantem unidos, firmes como uma rocha, ou melhor, like a stone.
Vitória: Rolling Stones ganha apertado, é claro.
Álbuns
Os Stones têm bons álbuns mas os caras já estão uns 20 anos vivendo de coletâneas de antigos sucessos. As coisas novas dos Stones não vendem bem, porque não são tão boas quanto as antigas. Adoro Satisfaction, porém, porque eles não fazem mais músicas tão boas como essa... agora, no século 21?
Nesse quesito, o U2 ganha disparado. Tirando o irregular POP, o resto dos álbuns é muito bom!
Vitória: U2 – nocaute!
Influência
Tá certo que bandas de música têm que se preocupar com questões musicais. Contudo, a música é um poderoso instrumento de conscientização do indivíduo. Letras marcantes mudam vidas e amadurecem ideológica e intelectualmente um indivíduo. O U2, além de fazer isso, se engaja em causas nobres, como o perdão total das dívidas externas de países pobres, dentre outras coisas. Bono e banda são conscientizados e sabem como usar sua influência para resolver questões sociais importantes, ou pelo menos, tentar resolver.
Os Stones simbolizam mais bandas de rock esteriotipadas – sexo, mulher, drogas e muita curtição. Não há muito espaço para transformar o mundo, de forma direta.
Vitória: U2 – sem nenhuma dúvida!
Que banda prefiro?
Sei que os Stones têm uma puta história, ajudou a difundir o rock’n’roll pelo mundo e etc, e tal. Mas tem mais de um século que os caras não fazem uma música original que contagia. Isso enche o saco!
O U2, por outro lado, produz álbuns originais super-legais, músicas fantásticas que se transformam em hits instantaneamente e, ainda por cima, luta para tornar o mundo um lugar melhor de se viver.
Não penso duas vezes, prefiro o U2!

sábado, fevereiro 11, 2006

Slam Dunk!


Como todos sabem, sou colecionador e fã de HQs. Porém, sempre tive uma, digamos assim, resistência em ler Mangás (as HQs japonesas). Por razões que nem mesmo eu sabia, ignorava veementemente a leitura do quadrinho da terra do Sol-Nascente. Lobo Solitário (relançado pela Panini em edições fantásticas) mudou essa opinião. Tá certo que prefiro o mangá mais tradicional, sem muita frescura, do tipo samurai-espada-o-pau-vai-comer etc., mas, pelo menos, já comecei a gostar disso. Vagabond, com traço fantástico de Takehiko Inoue, veio confirmar minha crescente admiração por alguns mangás. E foi os mangás de Inoue que me fizeram começar a colecionar Slam Dunk (um dos primeiros mangás do criador de Vagabond).
Em Slam Dunk, o traço não é tão artesanal como em Vagabond, a história sim, é mais repleta de variáveis. Na verdade, 2 coisas me fizeram ler Slam Dunk: 1) o mangá era desenhado pelo criador de Vagabond! Nutro uma profunda admiração pelos desenhos de Inoue, apesar do desenho em Slam Dunk não me causar tanta estupefação! 2) o mangá fala de basquete, o esporte que mais gosto de praticar. Simplesmente, A-D-O-R-O basquete. E como alguns personagens principais, joguei basquete no colégio também.
Slam Dunk é um mangá bobinho, ingênuo, sobre basquete, amor, adolescência e blábláblá, com alguns elementos tipicamente japoneses (tornando algumas passagens incompreensíveis para nós, leitores ocidentais).
À primeira vista, meus comentários podem parecer depreciativos, mas não são... sinceramente. Quando eu leio algo, faço que nem quando assisto a algum filme. Tem hora que gosto de filmes-cabeça, do tipo Bergman-Allen-Kubrick-Rocha, outras vezes, quero ver besteirol mesmo, do tipo VingançadosNerds, Carey etc., outras quero uma bobagem-dramática-final-feliz. Enfim, com a leitura de HQs é a mesma coisa... Gosto de Slam Dunk porque é bobinho, vejamos:
A história se centra em Sakuragi, um cara que no ginásio levou 50 foras consecutivos e é motivo de gozação de seus amigos, apesar do temperamento explosivo. Ele entra no colegial e se apaixona perdidamente por Haruko e começa a jogar basquete porque Haruko adora meninos que jogam basquete. O que ele não sabia é que Haruko nutre uma paixão escondida por Rukawa, um cara que joga muito bem basquete e irá se tornar um dos principais jogadores do colégio. Por sua vez, Rukawa não tá nem aí para Haruko e assim vai...
Ou seja, é o tipo João-que-amava-Maria-que-amava-José etc.
É bobo, mas é legal!
Em breve, mais comentários sobre Slam Dunk.
Ah, e para que não sabe, Slam Dunk, significa "enterrada" - a jogada mais plástica do basquete, quando o jogador consegue pular com a bola e literalmente "enterrar" a bola no cesto

No Lonely Hearts Club

Ok! Lembram daquele papo de Clube dos Corações Solitários? Pois é, esqueçam aquilo! Foi apenas algo temporário. Já não pertenço mais aquele clube. Isso me fez lembrar de uma frase antológica do Groucho Marx: "Não me filio a clubes que me aceitam como sócio." Realmente, hilariante e cáustico. Perfeito. Poderia ficar citando em todos os posts frases do Groucho, o cara era realmente um gênio!
P.S. À propósito, a expressão "Clube dos Corações Solitários" é o título de um livro do Andre Takeda. Parece uma leitura agradável. Tá na minha wishlist!

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Estrada Sinuosa & Clube dos Corações Solitários...

A vida, ultimamente, anda meio complicada. A estrada está sinuosa e íngreme, o trecho cheio de obstáculos. Como se não bastasse, acabo de entrar novamente no Clube dos Corações Solitários. Alguém mais aí é sócio? Mas as coisas vão melhorar... sempre melhoram... assim espero...

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

A song... Is there anything better?

Meu blog tá infestado de críticas, algumas irônicas, outras infantis, mais algumas sentimentais, parciais ao extremo... mas a vida é assim mesmo! (Obs. essa última frase foi um puta clichê, nobody is perfect!). It's a break time! Chega de críticas... por enquanto. Apenas uma música. É preciso mais para tornar a postagem de hoje perfeita? A tradução eu coloco amanhã porque hoje tô sem saco.
The Blues
by Switchfoot
Is this the New Year, or just another night?
Is this the new fear, or just another fright?
Is this the new tear, or just another desperation?

Is this the finger, or just another fist?
Is the kingdom, or just a hit and miss?
I've missed direction, most in all this desperation

Is this what they call freedom?
Is this what you call pain?
Is this what they call discontented fame?

It'll be a day like this one,
When the world caves in
When the world caves in
When the world caves in

I'm singing this one, like a broken piece of glass,
For broken arms and broken noses in the back
Is this the new year, or just another desperation?

You push until you're shoving,
You bend until you break,
Do you stand on the broken fields where your fathers lay?

It'll be a day like this one,
When the world caves in
When the world caves in
When the world caves in
When the world caves in,
(ah,)
When the world caves in,
When the world caves in

There's nothing here worth saving,
There's no one here at all,
Is there any net left, that could break our fall?

It'll be a day like this one,
When the sky falls down,
And the hungry and poor and deserted are found

Are you discontented?
Have you been pushing hard?
Have you been throwing down, this broken house of cards?

It'll be a day like this one,
When the world caves in,
When the world caves in,

Is there nothing left now?
Nothing left to sing?
Are there any left now, who haven't kissed the enemy?

Is this the new year, or just another desperation?
Ah...
Does justice ever find you?
Do the wicked never lose?
Is there any other song, to sing beside these blues?

And nothing is okay,
Till' the world caves in,
Till' the world caves in,
Till' the world caves in,
Till' the world caves in,
Till' the world caves in,
Until the world caves in,
Until the world caves in,
Until the world caves in,
Until the world caves in,
Until the world caves in,
Until the world caves in...

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

V de Vingança


V de Vingança! Decididamente, esse é um dos filmes mais aguardados do ano... para mim. Baseado na excelente HQ de Alan Moore, não tem como ser ruim.
Freedom Forever!

Filmes sobre o AMOR!

Vendo agora, foi até engraçada a seqüência de filmes que vi ultimamente. Vamos aos títulos:
A Verdade Sobre o Amor
Procura-se um Amor (que goste de cachorros)
Amor em Jogo
À primeira vista, pode parecer que sou um cara ultra-romântico e blá-blá-blá que fica pegando esses filmes com finais “lindinhos” etc. e tal.
Será mesmo?
Acho que terminei locando esses filmes com intenções distintas. Se não acreditam, vamos a elas, quero dizer, vamos as intenções:
1- Eu peguei Procura-se um Amor...
Porque:
Cara, tem o John Cusack, o cara é bom e, principalmente, nesses tipos de filme. Pensei que seria tipo-Alta Fidelidade, com o cara ruminando pensamentos sobre o amor e dizendo coisas irônicas, sarcásticas e inteligentes... porém, não foi bem assim. O filme é fraquinho mesmo. Por favor, não assistam, a menos que você seja uma pessoa desesperadamente louca por um final feliz construído através de uma história cheia de clichês.
2- Eu peguei Amor em Jogo
Porque:
Essa eu explico fácil. Sou um fã dos livros de Nick Hornby, na verdade, sou um GRANDE FÃ dos livros do cara. Tenho quase todos e já li quase todos. Nada mais natural do que querer ver a última adaptação cinematográfica de um livro dele. O livro em questão foi Fever Pitch, que teve uma horrível tradução do título do filme para o português. Poderiam ter deixado Fever Pitch mesmo. Muita gente não ia saber o significado mas, pelo menos, ficaria muito melhor do que “Amor em Jogo”. De qualquer maneira, esqueçam o título. O que importa mesmo é a adaptação do livro. Infelizmente, para meu azar, foi uma pífia, fraca adaptação. Ao invés de caracterizar um fã do futebol, os diretores e roteiristas resolveram mudar e tornar o protagonista um fanático por beisebol... horrível. Se fosse para americanizar o troço, poderiam transformá-lo num fã de basquete (seria, no mínino, um esporte mais aprazível e que monopoliza todas, ou boar parte de, minhas atenções). Enfim, o filme não tem quase nada a ver com o livro de Hornby. Tem alguns bons momentos, quero dizer, pouquíssimos bons momentos. Assista só por curiosidade ou para comprovar a minha opinião.
3- Eu peguei A Verdade Sobre o Amor
Porque:
Não tive muito motivo não. Só tenho uma desculpa para justificar o erro de ter assistido esse filme. Meu primo é dono de locadora. Eu estava lá semana passada e o cara disse que esse filme é excelente etc e tal. e mandou eu levar... sem pagar nada, para comprovar a opinião dele. Vocês acham que eu ia recusar? De graça? É ruim! Principalmente, se for um filme que dizem que é bom. Pois é, levei e achei ruim. Quando devolvi, tive que mentir dizendo que o filme era “massa, de fuder”. Não sou de mentir mas, nesse caso, é uma mentira “nobre”, se é que existem mentiras “nobres”!
Saldo da semana cinematográfica: 3 filmes cujos títulos possuem a palavra “amor” e eu detestei. Os meus leitores podem encarar essa “reprovação” de 3 maneiras: ou eu sou um cara anti-romântico e detesto filmes românticos, ou eu sou um cara ultra-romântico que adora filmes com final-feliz – o típico amante à moda antiga que ainda manda flores mas é orgulhoso de mais para admitir e, superficialmente, diz que odeia só para não admitir que gosta, entederam? ou eu sou um bom crítico de cinema e conseguir enxergar a péssima qualidade dos 3 filmes em questão.
Agora, é com vocês. Me julguem, façam o que de melhor o ser humano faz: julgar. E, por favor, errem nesse julgamento, só assim vocês se tornam mais humanos, ok? Enquanto isso, vou ajudá-los. Acho que me encaixo melhor no segundo perfil, o cara que manda flores. Não concordam?