segunda-feira, junho 12, 2006

Impressões de um Show: Paralamas em Jequié!

Às vezes, a vida é assim: vivemos entregados a uma rotina tão massacrante que nem vivemos direito. Não fazemos tudo que queremos fazer. Não ouvimos as músicas que queremos ouvir. Não assistimos os filmes que queremos assistir. E assim por diante.
Ultimamente, minha vida está sendo assim. Não estou vivendo num inferno, mas sinto que não faço tudo que quero. E isso é horrível. O que fazer então?
Para mim, a resposta é fácil: fazer as pequenas coisas que me agrada. Não preciso das grandes coisas. As pequenas me bastam! Exemplo: enquanto outros querem comprar mil e uma coisas, ou passar um final de semana num hotel luxuoso ou fazer algo grande, me contento com as pequenas coisas. Um show de rock é uma das coisas que me alegra. Um bom show de rock me faz sentir vivo. E esse sentimento tive novamente quando fui no show do Paralamas (em Jequié – dia: 09/06/2006). Que nobre sentimento! Eu já sabia que iria sentir assim – antes, durante e depois do show.
A banda é um ícone do rock nacional. Tem história e algumas músicas marcantes. Músicas que dizem algo para alguém em algum momento de suas respectivas vidas. Alguns músicas dos Paralamas do Sucesso dizem algo para mim. São bonitas, com ritmo “cool” e, o que é melhor, me faz refletir sobre alguns temas essenciais da vida humana. Por isso, só a entrada no show e ver os caras tocando eram o bastante para mim.
Porém, não ficou só nisso. A galera foi ótima. Houve uma simbiose legal entre a banda e o público. Química! Alegria! Vibração! Todas as coisas que surgem quando o show é bom!
A abertura foi com as músicas do novo álbum. É de praxe! A galera ainda tá fria, sem saber cantar todas as canções na ponta da língua! E todos ficam naquele ritmo de corpo mexendo, devargazinho, burocraticamente, conversando ainda com os amigos sobre bobagens que todos dizem em todos os shows que todos vão e esperando pelas músicas mais famosas. É a preliminar! Aquela parte que prepara a galera para as boas coisas que virão logo em seguida. Depois, começa a esquentar. A galera começa a pular, a bebida começa a fazer efeito, todo mundo parece mais alegre, mais informal, menos cuidadoso com que todos irão falar sobre qualquer comportamento seu – mesmo o comportamento mais idiota possível. Enfim, o show já ferve! Braços pra cima! As músicas começam a pipocar, as letras começam a surgir na mente, os refrões estão grudados na mente e todos começam a cantar como se aquelas músicas fossem suas. Fossem pedaços de suas vidas. Guardados a sete chaves e encancarados para todos saberem através de cantos que parecem mais berros animalescos de pura alegria e/ou cartase. Tudo flui. Você olha para uma mulher bonita, ela ri. Você bebe algo, e acha aquilo a melhor coisa do mundo. Você vai ao banheiro, eliminar o excesso, e se sente aliviado de todos os problemas de sua vida. Você canta como se fosse o melhor cantor do mundo e, em sua mente, se acha algo próximo à um astro de rock.
É o sentimento “smells-like-a-teen-spirit” que você faz de tudo para não perder.
Do meio para o fim, choveu! E a galera não tava nem aí. Dane-se a chuva, ou melhor, viva a chuva que lava a nossa alma coletiva e nos faz vibrar ainda mais com as músicas dos Paralamas.
No final do show, vem a recompensa: permanece aquele sentimento de que você está mais vivo do que nunca, afinal, você assistiu a um show que vai se lembrar para o resto de sua vida e irá ficar com aquela história para contar a seus filhos/netos/bisnetos que irá começar com um indefectível: “No dia que fui ao show dos Paralamas...”
Como se não bastasse esse turbilhão de emoções; os Paralamas voltam 3 vezes (eu disse: TRÊS VEZES) para o BIS. No último bis, é entoado o clássico “Should I stay or should I go?” (do The Clash).
Enfim, I should stay more, I should live better, I should rock... always! Rock forever!

2 comentários:

GGUEDES disse...

Você quer me fazer chorar, Pablo? Rock 'n' roll!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Beijos e namarië.

Joe Edman disse...

Pena que tava trabalhando e não pude ir... o show foi na minha rua cara! Existe tortura maior? Ouvi o som daqui de casa enquanto me acabava aqui no notebook... mas é assim mesmo... que bom que você gostou!!!! Quem sabe da próxima!!